'Ídolos' e 'The Voice Brasil': podem programas de TV levar um calouro rumo ao estrelato?

Os velhos shows de calouros ajudaram a descobrir grandes talentos da música brasileira como Elza Soares e Ângela Maria. Hoje, porém, eles cederam lugar a reality shows especializadas como o 'Ídolos', da Record e o 'The Voice Brasil', da Globo. Ambos são baseados em atrações de sucesso no exterior. No ar em dias e horários distintos, os dois programas tem semelhanças e diferenças. Enquanto o 'Ídolos' causa polêmica pelas bizarrices e pelo modo como os candidatos são tratados, o 'The Voice Brasil' prioriza a voz e o talento puro acima de qualquer coisa. A questão então é: podem esses programas de TV lançar um calouro rumo ao estrelato hoje em dia?

O 'The Voice Brasil' é o sangue novo, representando um novo formato no que diz respeito a reality shows de música. Isso não significa que ele não está imune a erros. Logo na estreia o cantor Daniel foi muito criticado pelos internautas por não ter apertado o botão vermelho e virado a cadeira para índio Yuri da aldeia Jatobá, no estado do Mato Grosso. O candidato foi aplaudido de pé pela plateia do programa após cantar a música "Sinônimos" da dupla Chitãozinho e Xororó. No final, os jurados disseram estar arrependidos de não ter batido, cumprimentaram o calouro com entusiasmo e o saudaram como um legítimo representante da voz brasileira. Como estamos ainda na primeira temporada talvez seja cedo demais para fazer uma avaliação sobre a sua capacidade de lançar candidatos rumo ao sucesso.

Já o 'Ídolos', que estreou em 2006 no SBT, ainda não foi capaz de revelar um verdadeiro talento. Nenhum dos ganhadores do programa, por exemplo, está na parada de sucesso atualmente. Isso não impediu, porém, cerca de 100 mil pessoas de se inscrever para a temporada do 2012 do reality e continuarem sonhando com a fama e com o sucesso.

Em uma entrevista recente ao programa "Agora é Tarde", com Danilo Gentili, o produtor Rick Bonadio, que descobriu a banda Mamonas Assassinas e integrou o júri do programa em 2011, respondeu a uma pergunta que incomoda muita gente: "Por que o ganhador do 'Ídolos' não é um ídolo?" Segundo ele, "o formato da atração está desgastada". Bonadio explicou que "um cara que tem o espírito de ser um ídolo jamais vai se sujeitar ir a um programa de televisão qualquer para tomar esporro de uma pessoa que não sabe do que está falando". O próprio Bonadio critica, na mesma entrevista, os critérios de avaliação desses programas. Para ele, música não é matemática.

Por sinal, um caso que exemplifica o papel subjetivo de um reality show na revelação de um novo talento é o do cantor Luan Santana. O astro sertanejo virou o centro de uma polêmica com o apresentador Raul Gil em 2011. Na época, diversos sites noticiaram que ele teria recusado convites para participar do programa "Raul Gil" no SBT porque teria sido reprovado quando participara da atração como calouro. Por outro lado, o mesmo Raul é reconhecido por ter lançado ao estrelato o cantor Robinson Monteiro e a dupla Edson e Hudson, entre outros.


Veja na página seguinte como funciona cada um dos programas


"Ídolos"


Na primeira fase os candidatos se apresentam cantando sem qualquer acompanhamento. Ou seja, dispondo apenas da voz (à capela) o calouro precisa provar que tem talento e conseguir pelos menos dois "sim" dos jurados para passar para a segunda fase do programa em São Paulo. Em 2012 os jurados são os cantores Supla e Fafá de Belém e o produtor musical Marco Camargo. Presente desde a primeira edição, Marco é o mais temido pelos candidatos por seu grau de exigência e por sua conhecida arrogância.

A segunda fase do programa ocorre num resort em São Paulo e apenas os 15 melhores passam para a fase dos Concertos. Durante essa fase os candidatos passam a viver numa mansão luxuosa até a final e precisam conquistar o telespectador com sua voz. O prêmio para o grande vencedor é de R$ 500 mil.



"The Voice Brasil "

Apresentado pelo jovem Tiago Leifert, ele tem como objetivo encontrar "a voz". Sua principal característica é o de dar valor ao timbre e afinação do candidato sem dar atenção à aparência. O calouro pode ser magro, gordo, branco, preto, bonito, feio, tanto faz. O que vale mesmo é o talento. Para garantir isso, os quatro jurados (Claudia Leitte, Carlinhos Brown, Lulu Santos e Daniel) ficam sentados em uma cadeira, de costas para o palco onde os candidatos se apresentam. Essa é a fase das audições às cegas.

Nessa etapa o candidato à ídolo, com o perdão do trocadilho, precisa conquistar ao menos um dos jurados para se classificar. Este, por sua vez, caso seja conquistado pela voz deve clicar num botão à sua frente. Só então a cadeira gira e o jurado enxerga o candidato. Se apenas um apertar o botão o candidato integrará o time daquele jurado na segunda fase do programa. No caso de mais de um jurado apertar o botão é o calouro que decide com quem ele quer ficar.

Cada um dos jurados (na verdade, chamados de técnicos) terá 12 candidatos em sua equipe. O objetivo é o de treiná-los para que deem o melhor de si. Na fase das batalhas, eles serão divididos em seis duplas. Cada uma disputará entre si e só o melhor passa para a semifinal. Nessa fase o público terá poder de salvar os eliminados. No final, a melhor voz ganha R$ 500 mil e o direito de gravar um álbum pela Universal Music.

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